Eu amo Pedro Almodovar, a cada filme dele que assisto é uma camada do feminino que me transborda. Assisti ao delicado e profundo O quarto ao lado, escrito e dirigido por ele. O filme tem uma paleta de cores que é um mergulho na pintura do Edward Hopper. Inclusive tem um quadro dele numa cena. Um pintor que fala da solidão em sua obra. Com luz, muita cor e beleza. E assim, Almodovar nesse mergulho estético de cor e de luz nos convida a olhar a morte, a despedida da vida, com poesia. A celebração da vida , da memória dos encontros, do amor, da natureza. Em alguns momentos a gente entende como espécie humana a importância de sermos os únicos seres vivos nesse planeta que temos consciência da morte. Nesse filme, uma escritora e uma jornalista, achei perfeito escolher duas escritoras, que tecem o fio da vida, uma delas partindo e a outra processando o fim do ciclo do que amamos. A palavra escrita é não dita, não cabem na imensidão do mistério que é viver. A jornalista correspondente de guerra, e a reflexão sobre amar em tempos de guerra, é sobre a presença do feminino em conflitos armados A metáfora da guerra que vivemos em nosso interior, e da paz que desejamos. Me senti lendo uma página do Bhagavad_ Gita. Interessante como em dois momentos sublimes do filme a porta vermelha como um portal para outro plano e a cor amarela como um momento iniciático para uma nova experiência de transcendência. Ver menos
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