Hoje o que me toca profundamente é a meditação.Exercitar o lugar dentro de mim onde as palavras e julgamentos silenciam. Eu sei que viver é se relacionar, mas não pode ser sempre de fora para dentro.É preciso haver um toque do mistério que somos nós que só é sentido no interior de cada um e sinto que é no corpo que acontece. Uma meditação me deixou muito claro que a simplicidade de escutar a respiração, tocar o coração e pedir cura, amor e riso é um caminho. Se eu me perguntar com toda a honestidade qual o propósito de estar habitando este meu corpo e quem sou eu neste planeta, nada de resposta. São perguntas de toda a minha vida.
Uma respiração consciente, ou alguma prática que me permita acessar meu ser interno, e me revele algo uma harmonia dentro de mim, para que eu sinta beleza e a
minha divindade. A minha loucura de ser eu mesma sem medo. Segundo um relato que ouvi, a pessoa que não se dá a oportunidade de vivenciar sua divindade perde a conexão com a vida e talvez nem sequer exista. Leva uma vida para o Trabalho sem alma, aparelhos eletrônicos, relações superficiais, poder, sucesso, admiração, dinheiro.
Existe muita coisa que me faz olhar a vida de um ângulo menos utilitário. Eu prefiro sentir a vida como uma experiência.
Estou lendo um livro escrito entre os anos (976-1001) de Sei Shônagon, intitulado O livro do travesseiro , são mais de trezentos textos sobre o cotidiano da ala privativa do palácio imperial no Japão e simultaneamente o livro me revela o refinamento das relações entre as imperatrizes e suas damas e muito mais, estou no início do livro. Ela vai tecendo um fio de aprofundamento na observação da natureza e sua relação com o humano. Estou fascinada com a sua escrita poética sobre a natureza humana que é feita de ciclos, na percepção da beleza, profunda se refinando com o tempo. Sobre a fugacidade de uma flor que é bela porque sabemos das quedas de suas pétalas e que o acabado tem menos virtudes do que o inacabado.
Aprendi com muita delicadeza o inexorável valor do irregular no assimétrico,
o instável em detrimento do previsível.
A impressão que eu tenho é que sobrevivemos ao caos, quando aceitamos o desequilíbrio e a finitude das coisas. A impermanência,de tudo que é imperfeito, o lado selvagem de tudo que está oculto.
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