O INEFÁVEL

Dançando um mambo, minha sandália arrebentou, me livrei da sandália e continuei dançando, com a volúpia do som cubano. Saí do bar descalça com a sandália dourada nas mãos. Na volta para casa, desci do carro para comprar uma havaiana no supermercado aberto, na madrugada. Eu tive o pensamento mágico de usar uma sandália no pé e entrar segurando a sandália quebrada, na minha cabeça ficaria discreta, mesmo andando esquisita, mancando. No supermercado vazio, senti os olhares, mas no Carnaval temos a permissão para abraçar o inusitado sem medo, dentro do possível. Eu sempre abraço o inusitado sem medo,uma experiência que me atravessa com o chamado da vida sem roteiro.

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