QUEER

Assisti ao filme Queer, do diretor Luca Guadagnino. Baseado no livro Queer do O mestre da geração beat, William Burroughs. Eu amo a geração Beat. O livro on the Rod do Jack Keroauc me inspirou bastante. Daniel Creeg é o meu James Bond, favorito. Mas a sua interpretação nesse filme alargaram minha percepção sobre o quanto ele é um ator, que se entrega completamente em cena. Seu personagem o Lee, transborda, ele mostra as suas bordas. Lee encontra uma possibilidade de fusão se apaixonando por allerton, os dois expatriados no México dos anos 50. Lee segue a sua jornada com as suas cicatrizes expostas e a falta de sintonia com o seu amor não correspondido . O filme me fez mergulhar numa pintura do Dênis Hooper. A arquitetura e a luz numa paleta de cores com cores quentes que parece deixar muito mais exposto o vazio de uma vida em busca de conexões e simbiose. A trilha sonora com Nirvana, e músicas contemporâneas me fizeram pensar sobre o tempo, e o sentido da atemporalidade da alma. Achei muito interessante como foi narrada o desejo do personagem por telepatia. Talvez a solidão seja uma ausência da percepção do outro, de se sentir, ser traduzido e se fazer entender sem legenda, sem palavras. A sua jornada consagrando a Ayuasca com Allerton na América do Sul, é bela, arrebatadora e visceral. Por sua própria experiência com drogas, Lee já sabia e foi instruído que a Yagé como é descrita no filme, é um espelho da essência de alguém, ela revela, mas a transformação é por conta de cada um. O diretor faz um balé de corpos, da pele exalar uma escrita do corpo, de gestos que para mim, foi telepatia pura. Eu senti cada fragmento das essências deles procurando se encontrar no meio da transcendência das respostas sendo reveladas no corpo. A cena deles vomitando o coração, é o retrato visceral do desejo, quando eles telepaticamente se comunicam é uma resposta que me deixou intrigada: " Eu não sou Queer, eu sou desencarnado." Investigar a si mesmo, requer coragem e aceitação com um abrigo para acalmar os medos, a solidão, e a sensação de não pertencimento. A Daniel Greeg recebeu o prêmio de melhor ator e o filme foi escolhido como um dos melhores filmes de 2024, pela National Board of Review, onde Craig recebeu o prêmio de Melhor Ator. Daneil Craig também foi indicado ao Globo de Ouro, ao Critics' Choice e ao Screen Actors Guild Awards por sua atuação.

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