Assiti ao filme Conclave. Eu lembro quando a imprensa anunciou um novo papa, não lembro qual papa foi eleito, eu era criança, mas o que me chamou a atenção foi a fumaça negra saindo da chaminé, anunciando para o mundo a eleição de um novo Papa. Era um momento muito esperado e um acontecimento muito forte para os católicos, como no caso de minha família. Eu fiquei anestesiada com o mistério. O filme Conclave, me transportou para a cena do mistério, que não tem nada de sagrado que eu imaginava, apesar dos ritos e seriedade. A conspiração, fofoca,conflitos como em qualquer jogo do poder. A cena da Tartaruga sendo removida, me deu uma sensação de busca por estabilidade, no espaço da igreja, homens decidindo e as mulheres em silêncio,na cozinha, como todo modelo patriarcal, sempre o poder. A incerteza é movida dentro da clausura por ações humanas, ávidos pelo controle da situação, isolados, mas não estão imunes, a vida e morte acontecendo. Isabella Rossellini realmente é um ponto de força do feminino, amei a sua atuação. Mas o que deixou relmente longe das intrigas e do desafio deles durante o processo da votação, foi a beleza das cores, a arte, a fotografia me fazendo respirar beleza. Como a Igreja fez durante ´seculos, usando a arte para ampliar o seu poder em nome de Deus. Tem o "plot twist" do desfecho, realmente surpreendente. Eu vi a beleza dos destalhes,o recorte primoroso,como a retirada do anel do papa e até numa máquina de xerox, virou uma obra de arte . Se estou falando de detalhes o ator Ralph Fiennes, é um exemplo de composição delicada e ao mesmo tempo me fez mergulhar no conflito entre a fé e a razão, das escolhas que podem ser quimeras.
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