Assisti dias perfeitos do Win Wenders. O filme narra a história de um zelador, responsável por lavar banheiros em Tóquio. Win Wenders descreve com maestria a beleza do cotidiano, uma anatomia da complexidade do simples. Acompanhamos a vida dele, que acorda deslumbrado com o amanhecer, e seus olhos de encantamento para o dia. Uma respiração e começa a sua rotina, entrando na sua Van e ele coloca uma música utilizando uma fita k7 e a música envolvente, a trilha com o melhor do Rock do anos 60 e 70, Lou Reed, Patti Smith, Vam Morrison, The Animals com direito a uma versão em japonês, Nina Simone... Mas o carro é para trabalhar, ele anda de bicicleta. Ele segue fazendo a mesma rotina todos os dias, limpando banheiros com esmero. No almoço ele fotografa a mesma árvore com a sua câmara Kodak todos os dias, um amigo de uma árvore. Ele sabe que é a mesma árvore, mas no outro dia ela se apresenta diferente, depende do tempo, da luz que inside sobre ela, é a mesma árvore só que com diferentes nuances. Ele compra um livro de cada vez, por um dólar em sebos e lê todas as noites. Um homem mergulhado em si mesmo, que olha o mundo com inteireza vivendo o tempo presente, é um mergulho nas sutilezas da realidade da vida dele. Não sabemos sobre o passado dele.
É de aquecer a alma contemplar tanta beleza no exercício de maravilhamento constante dele diante do comum, realizando as mesmas tarefas como se fossem feitas pela primeira vez e a última vez, mesmo sabendo que a sua rotina será a mesma todos os dias. O ator Kôji Yakusho, interpreta com os olhos, sobre sentir com encantamento a vida e os seus detalhes sutis. Eu amei profundamente este filme, me vestiu de poesia. Tem uma cena dele conversando com um homem, e a pergunta que surge é sobre se uma sombra quando se sobrepõe a outra se fica mais escura, e de repente dois homens meninos brincam com suas sombras, diante do mistério da vida e da morte.Uma verdadeira homenagem ao encantamento que se manifesta em todos os lugares.
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