Sonhei que eu cheguei em casa, e descobri que estava sem luz. Nenhuma crise se instalou em mim, eu busquei uma tomada e acendi a luz no interruptor.
Fiquei pensando em todos os tratados que evocam o conhecimento de si mesmo como a resposta para tudo. Não me refiro a livros de autoajuda e ao trabalho de falsos gurus, me refiro a escrituras sagradas, épicos, tragédias gregas, os escritores, artistas, tudo que somou na minha vida que me ensinou e me ensina a caminhar.
No meu sonho, eu não busquei ajuda de ninguém,encontrei uma solução que aparentemente é muito óbvia, só acender a luz. Mas o óbvio é complexo e percebi que eu tinha um padrão que aprendi que era buscar a minha luz fora, contrariando todos os conselhos de gente que eu considerava de gente iluminada e livros. Eu acreditava que precisava de uma intermediação, que na verdade concordo que foi e continua sendo fundamental, para alguma iniciação,como aquela frase que diz " Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece". No meu caso muitos apareceram, mesmo quando eu estava muito quebrada para a vida e sem me sentir pronta, alguns me quebraram mais do que me ajudaram.
No final do túnel eu acendi a minha própria luz.
Não esqueço da história contada por um dos meus mestres o Osho "Um homem estava procurando a chave de sua casa e a chave estava dentro da casa." Eu percebi que estava buscando a chave fora, mas onde encontrar dentro de mim? Percebi nesse sonho que já encontrei, é iluminar meus sonhos, e tudo o que de alguma forma são frutos de minha essência no mundo, aquilo que era considerado um perigo por quem me criou. Agora eu posso acessar,só depende de mim.
Não me colocar de castigo,o julgamento não me oprime mais, se eu não deixar.
No outro fragmento de sonho, estava me apresentando, eu sentia cada músculo meu dançando, era uma dança dentro de mim, que ninguém via, eu estava no meio da plateia, num profundo silêncio. Mas uma criança começou a tocar um instrumento de percussão de brinquedo eu eu repentinamente parei de dançar e olhei para a criança e ela parou de tocar. Ninguém pediu para interromper o meu movimento,ele parou de acontecer.
Estou olhando para a minha criança, não tem nenhum adulto me pedindo para para de sentir prazer com a melodia da vida, mas ainda tenho uma criança que precisa se autoautorizar o tempo todo, para não voltar para o casulo, aquele mundo imaginário e inacessível que me salvou do mundo hostil do adultos. Agora que sou a adulta e pai e mãe de minha criança, meu ofício de viver passa por estas camadas.
Comentários
Postar um comentário
4.096