Minhas escolhas

Durante uma aula de Biodança, me percebi num lugar tão aparentemente simples e ao mesmo tempo me revelou uma complexidade. O exercício era para se autoqualificar, olhar nos olhos de alguém do grupo e falar o próprio nome e revelar se sentir abençoado, ou uma outra qualificação que fosse adequada... Me senti deslocada do meu corpo, a fala era uma e o meu corpo não me acolhia, no final do exercício veio da minha boca, a minha qualificação, eu disse que me sentia maravilhosa. Foi tão importante me qualificar. Não entendo o porquê de tanto receio de declarar o amor por mim mesma. Eu me senti muito acolhida por ter me permitido soltar a minha voz, declarando meu amor para mim. Este passo me deu uma certeza de que a cada dia que passa eu estou encontrando a minha voz no mundo, a minha natureza, o meu jeito de dizer as coisas de acordo com as minhas escolhas. Eu percebi o quanto que cresci para não permitir que ninguém tire este meu direito de falar o que sinto, expressar minhas ideias, neste momento tão importante onde muitas vezes tentaram me calar. Eu fico agradecida quando eu escuto a voz de alguém que se venceu, em algum lugar do planeta. Como disse Gonzaguinha: "Quando eu soltar a minha voz, por favor entenda, é apenas o meu jeito de dizer o que é amar." "A estrutura de um corpo é a composição da sua relação. O que pode um corpo é a natureza e os limites do seu poder de ser afetado” – Deleuze, Espinosa e o Problema da Expressão p. 147

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