Eu sonhei que estava buscando um mapa, e recebi no sonho uma mapa renascentista, era imenso, com infinitas rotas e desenhos de seres estranhos. Enrolado como se fosse um pergaminho, comecei a abrir o mapa e acordei. Acho que meu inconsciente está carente de uma época que a humanidade buscava a divindade em si mesma, estou falando do Ocidente que floresceu para a investigação da natureza, da arte, da filosofia, da arquitetura, celebrou o conhecimento, e vários campos do saber, nasceu um Leonardo da Vinci, um Michelangelo, isso me encanta até hoje e me alimenta de esperança. Impossível não olhar para o nosso Zeitgeist, um termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos tempos, e não refletir sobre a nossa contemporaneidade tão obcecada pelo poder e a matéria, afogando o espírito e as possibilidades, que não faz a nobreza do pensamento que nos faz evoluir.
Acredito que nós perdemos o mapa, mas ainda temos a chance de encontrar, com a resistência de quem está insistindo apesar da perplexidade e dos tempos absurdos que estamos vivendo, na arte, literatura, ciência, filosofia, na matemática de cada dia, e do tempero da poesia, um antídoto para não deixar morrer o espirito de transcendência do humano. E como naquela música dos Beatles:" E no fim, o amor que você recebe é igual ao amor que você dá."
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