Maria Baderna

Eu tenho um hábito de pesquisar a origem das palavras. Ultimamente estou refletindo sobre a etmologia da palavra Baderna. Marietta Baderna, ou Maria Baderna, foi uma bailarina Italiana que veio para o Brasil em 1849, com o pai fugindo por questões políticas. Maria Baderna, já era bailarina renomada na Europa aos 12 anos de idade e quando chegou aqui foi muito bem recebida e fez temporada no teatro São Pedro. Maria Baderna gostava de frequentar a roda dos escravos ao ar livre e nas suas apresentações ela foi incorporando danças afro-brasileiras, como o lundu, a umbigada e a cachucha, e apesar de serem consideradas "escandalosas" para a sociedade escravista brasileira, faziam sucesso nas rodas de lundu. Naquela época, "um cidadão de bem" poderia até ser preso, caso fosse visto nestas rodas. Maria Baderna, fez greve, ajudou a classe artística a reinvidicar melhores condições de trabalho, e começou a introduzir na sua dança, elementos das danças populares africanas , chocando a sociedade Brasileira, principalmente por que seu público prestigiava as suas performances eram chamados de baderneiros, ela levou a classe trabalhadora, o povo para os teatros e seus seguidores e admiradores batiam os pés no chão e vibravam com a técnica do balé e a sua sensualidade e ritmo erudito e popular e gritavam o seu nome. De grande bailarina, Maria Baderna virou sinônimo de confusão, devido ao entusiasmo e euforia que causavam as suas apresentações e no desconforto gerado na elite polida. Ela foi marginalizada, e sofreu boicote da sociedade hipócrita e escravista Brasileira, e foi severamente criticada por introduzir elementos da cultura negra à sua dança, nos jornais a sua dança era vista com elegância e depois virou sinônimo de confusão, bagunça, desordem, e como consequência os teatros fecharam as portas para ela, e os papéis oferecidos passaram a ser raros e pequenos. Existem varias versões para o final de sua vida, talvez voltou para a Itália, após a morte do pai, ou dando aulas. Para mim, baderna virou sinônimo de resistência e triunfo do pensamento livre, e tudo que para a moral dominante representa " transgressão, uma mulher que fez revolução com o corpo, com a dança.

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