ACREDITE

Na quarentena ir ao supermercado é uma ação que faço poucas vezes, se esqueço alguma coisa, e sempre esqueço, vou improvisando. Mas desta vez eu esqueci o fermento, e eu estava muito a fim de fazer um bolo. Eu decidi fazer o bolo assim mesmo, contrariando todas as receitas de bolo que exigem este ingrediente na receita. E por incrível que pareça eu acertei, o bolo ficou ótimo. Pode ser sorte de principiante, ou eu já estou aprendendo aquela arte de viver com os ingredientes que a vida me oferece, fazendo o que é preciso fazer, mesmo segurando " uma batata quente", "descascando um abacaxi", ou resolvendo algum pepino". Não ter todos os ingredientes virou um mero detalhe, já que não existe receita para se viver, mesmo "roendo o osso". Apesar de eu ser Maria mole ou pamonha às vezes. Eu poderia trocar por outro ingrediente, mas eu não tenho o talento da Flora Gil. A cozinha virou um laboratório para mim. Eu estava pensando nestas coisas quando preparava o bolo. A vida deve ser assim mesmo, transformar limão em limonada ou caipirinha. Um verdadeiro banquete de possibilidades, que a gente pode servir numa bandeja de ouro, com uma taça de vinho.

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