Escultura em Movimento

Eu sonhei que chovia e eu entrava numa casa com duas esculturas e diante dos meus olhos, elas ganhavam vida e adquiriam movimento e narravam com o corpo a história das suas próprias criações e depois o movimento ia novamente perdendo força até chegar no estado inicial da escultura. Era como se a alma do escultor se manifestasse para narrar todos os seus devaneios, nuances e sentimentos ao criar sua obra estática e com vida dentro de uma matéria bruta. A escultura tem uma forte relação com a origem da dança Clássica Indiana. Na dança Clássica Indiana, Silvana Duarte, bailarina de Odissi, discorre da seguinte forma." A escultura e a dança dividem o corpo em “medidas ou unidades de tempo” (tala), ao longo de vários eixos e em diferentes planos. Essas medidas ao longo desses eixos dão suporte ao escultor e ao dançarino, para acessar um senso de equilíbrio e harmonia na criação de uma imagem. Consciente dos princípios de volume e proporção que regem a escultura e a dança indiana, o artista modela a imagem no espaço e no tempo." Eu sempre fiquei intrigada com os escultores, acho que por que fui modelo vivo e o movimento na imobilidade e a pausa em movimento, era um trabalho corporal diário.Era preciso ser leve e pesada nos movimentos que precisavam de precisão e força muscular. A imobilidade exige tensão dos músculos do corpo e controle da distribuição do peso e ao mesmo tempo, exige um corpo, pulsante e orgânico, como a vida. O eterno diálogo entre o Apolíneo e Dionisíaco.

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