"Aulas on-line e lives"

Sobre aulas on-line e lives. Este é o registro da minha primeira aula. Sem alunas e alunos perto de mim, na foto comigo, na foto parece que estou sozinha numa sala vazia, mas as presenças estão junto a mim. Ter fluidez para mim, era viver intensamente diante da presença de alguém e ao mesmo tempo, permanecer leve para quando os pesos chegarem, seguir em frente quando o momento escapar. Mas não é nada fácil este movimento de fluidez na vida, ele pode ser superficial e pode ser também pesado quando nos envolvemos e vemos nossos sonhos "sólidos se desmancharem no ar" como disse Karl Marx. O fato é que tive um sonho estranho, sonhei que chovia, eu entrava numa casa com duas esculturas e diante dos meus olhos, elas ganhavam vida e narravam com o corpo sua história com movimentos até irem aos poucos se desintegrando até chegar no estado inicial da escultura, era como se a alma do escultor se manifestasse para narrar todos os seus devaneios, nuances e sentimentos ao criar sua obra estática em movimento. Eu sempre fiquei intrigada com os escultores, acho que por que fui modelo vivo e o movimento na imobilidade era um trabalho corporal diário. Era preciso ser leve, e pesada nos movimentos que precisavam de precisão e força muscular, a imobilidade exige tensão dos músculos do corpo e controle da distribuição do peso e ao mesmo tempo a vida acontecendo no corpo, o eterno diálogo entre o Apolíneo e Dionisíaco. Como ser leve, solta insana e ao mesmo tempo ponderada, equilibrada, calculando cada ação dentro de um espaço contido. As asas terão que brotar de dentro pra fora.

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