O espelho

Visitei minha mãe e como os nossos encontros estão sendo pensados com calma e alma, para protegê -la de mim, a cada encontro sinto profundamente a beleza de minha mãe. Quando ela me vê, a primeira coisa que ela vaidosíssima faz, é falar do meu cabelo, maquiagem ou elogiar alguma coisa que gostou, e critica quando não estou com o visual bom no conceito de beleza dela. Na adolescência, eu ficava ofendida e achava que era implicância, hoje trocamos figurinhas, somos cúmplices na homenagem ao amor próprio, minha mãe ganhou concurso de beleza, mas a sua beleza está na sua alma.Desta vez, falamos dos nossos cabelos na quarentena, ela me deu o privilégio de pentear os cabelos dela e passar hidratante. De repente ela fala-" Minha filha, se eu conseguisse falar a infinitude de tudo o que estou sentindo agora...Olhei nos olhos dela, os mesmos olhos de minha avó, olhos de quem já viu muito, olhos do tempo que o " destino rói." Como disse Chico César. Depois fiz massagens nos seus joelhos. Que privilégio ser filha da minha mãe.

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