Alquimia

Participei de um projeto de Alquimia hoje, dedicado às mulheres. No início do processo no meio de uma meditação veio na minha mente uma imagem de uma xícara de chá cheia, caindo no chão. Lembrei imediatamente de uma história Zem budista, que li há muito tempo. Um sábio foi visitar um monge que lhe oferecendo uma xícara de chá, começou a encher a xícara initerrupidamente, mesmo quando ela já estava transbordando. A situação ficou insustentável e o sábio não aguentando mais ver o monge enchendo a xícara apesar dela estar cheia, suplica ao monge, que pare de colocar mais chá na xícara. O monge então interrompe o seu ato aparentemente sem sentido e explica ao monge que da mesma forma que a xícara cheia não vai conseguir receber mais chá, da mesma forma era a mente, se ela estiver cheia de certezas e ideias prontas não vai aprender novas ideias e ensinamentos, não teria espaço para absorver mais nada. Mas no meu caso, a xícara caiu no chão transbordando de chá, me veio uma sensação de que às vezes se estamos abertos, esvaziar a xícara é pouco, é preciso zerar, jogar tudo fora, deixar cair, quebrar, recriar. A mente é um mistério, e meditar é estar presente com a consciência de que tudo é impermanência e não controlamos nada, no meu caso, eu esperava uma imagem poética e sedutora e minha mente joga tudo fora, com uma imagem de uma xícara cheia de chá caindo no chão.

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