TEATRO NA ESCOLA

Muito importante a educação do corpo através do teatro na escola. Uma artemuito importante como referência para se pensar o mundo e agir na estrutura social que se faz parte. Menos doenças e neuroses, menos farmácia e mais movimento. Menos novela e mais canto e danças populares nas ruas, nos parques, nas ruas. Menos demagogia dos políticos e muita cultura e celebração aos nossos ancestrais e mestres.Acredito na força que reside no despertar do potencial de cada pessoa. Infelizmente, a maneira escolhida para se fazer política aqui no Brasil, transcendeu o "pão e circo", hoje o que vemos é uma população controlada pelas forças que oprimem os lutaram para libertá-los da miséria econômica, estética, socil, e emocional. Quando algum grupo desperta na escola o desejo de mudança, e consciência do seu processo individual e sentimento de pertencimento.Como atri pesquisadora e dançarina de dança clássica Indiana é imopossivel separar o meu processo de criação, sem integrar o eu ofício como professora de artes cênicas. Sempre trabalho na linha de pesquisa no ambiente escolar, o teatro para mim é um processo, a criação da linguagem com os alunos odedecem os codigos e signos desta linguagem, mas a criação da metodologia vai se reconstruindo de acordo com a realidade dos alunos, e do meio que vivem. É importanteo diálogo e a escuta. Desenvolver ferramentas pertinentes que atendam aos seus anseios, realidades e somhos,para criar uma dramaturgia coletiva. Para materializar uma ideia, vou me costurando através de vários caminhos, e mutas vezes com um antagonismo atroz da ideia principal. Literatura para dissecar o universo de idéias para serem transformadas em gesto, movimento. Necessito do cinema e não é qualquer filme, psicologia, investigo meus sonhos e anoto.A arquitetura tem papel importante na construção coreográfica, na relação do espaço com o corpo e o tempo.A fotografia é muito importante na construção da minha gestualidade. Fundamental para dialogar em sala de aula. Todos os atalhos para me perder no caminho, virar de cabeça pra baixo e me distanciar. O papel branco, o momento que simplesmente não sabemos onde nosso período de investigação vai dar.Mais do que qualquer resultado objetivo, de conhecimento ou comportamento, conduz ás fronteiras do desconhecido. Apenas abre.E por ela abrir a significados e sentidos na vivência, para espaços conscientes, convite ao acolhimento do inusitado, não pensado, não vivido.Chego onde não entendo.Vivo o "entre". Por mais angustiante que seja, entrar nesse universo novo,mesmo trilhando um processo temeroso, rumo ao "não sei onde vai dar a estrada", vale a pena concretizar uma ideia, projeto.Eu considero fundamental sair do reino das certezas, das fórmulas prontas, negando as dúvidas, e o não saber.Quando não arriscamos, mergulhados numa falsa segurança, somos impedidos de sentir a emergência do novo. A travessia da criação é bloqueada, e a alma fica no deserto. O teatro é a irrigação dos jardins da alma,antidoto contra a desertificação.Somos trezentos, como dizia Mario de Andrade. "A minha casa vive aberta, abre todas as portas do coração".Tornar estranho o que é familiar e familiar o que é estranho, esse foi o tema de uma aula de sociologia que participei quando era estudante de arte. Foi há tanto tempo e continua tão atual. Percebi que tenho esse estranhamento constante. Eu que me dedico a pesquisar uma arte que não busca o óbvio, vejo o efeito de minha atuação no público que é uma mistura de estranhamento e encantamento. Segundo meu antigo professor esta e a fórmula para não se deixar seduzir pela manipulação do gosto. Arte quando não passa pela experiência e pelo estudo da linguagem deixa qualquer um refém da indústria e dos meios de produção que utilizam todos os meios para que a arte vire mero consumo e entretenimento. Esta fronteira entre o que é produzido pela alma impalpável e verdadeiro sem se deixar engessar.Um desafio é manter a tradição, respeitar os cânones do teatro, e ao mesmo tempo dar voz ao aluno.

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