UMA PAREDE

Assisti o documentário sobre Inhotim. O Instituto Inhotim é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior museu a céu aberto do mundo. Me chamou a atenção o depoimento de um rapaz, ele disse que era filho de pedreiro e não via a diferença da parede que o pai dele erguia e a parede feita por um artista. Sua vivência no museu transformou o seu universo. Ele percebeu que um artista cria sentido e significado para a parede e transforma o olhar de quem entrou em contato com a parede. Esta é a diferença do que é feito para ser utilitário para atender os desejos do consumo, ou no caso da parede fazer uma casa por exemplo, uma coisa não exclui a outra. A parede para o artista se transforma em matéria prima e tudo se revela, ou vira mistério, pergunta, reflexão, alguma coisa que tire o pensamento do lugar e talvez até transforme o sentido na vida de alguém. Minha dança provoca muitas perguntas, agrega beleza, e uma busca, e causa espanto estranhamento, afinal é uma linguagem corporal com significados que pertencem à cultura milenar Indiana. É claro que existe o mercado da arte, mas é uma outra história.

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