A POÉTICA DO COTIDIANO

Hoje, caminhando do Conjunto Nacional até a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no meio do percurso, um rapaz me chamou para me vender algo, eu sorri e disse à ele que estava atrasada para um compromisso e ele continuou insistindo, eu dei um sorriso para ele e retomei o meu caminho e de repente ele fala : _ "Eu paro o tempo para você". Fiquei tão feliz, em pleno concreto armado fui vestida de poesia em pleno cotidiano. As palavras podem nos devolver encantamento, podem nos fazer relembrar da nossa grandeza amortecida pela banalidade de uma vida vazia. Este poder pertence também à arte é disto que se trata o atual momento.Quando se nega o direito à subjetividade e ao tecido fino dos sonhos a nossa humanidade vai se perdendo aos poucos.

Comentários