"A ESCADA PARA O CÉU

No meio do amor tinha uma escada, talvez "uma escada para o céu, aquela da música da banda Britânica Led Zeppelin que embalou minha adolescência até hoje. E assim numa manhã de sábado ensolarado meu marido e grande amor, partiu para o plano espiritual. Descendo uma escada, caiu e morreu. Eu que sempre falei da impermanência da vida e que ela era um sopro, senti nos ossos a profundidade deste discurso pronto diante da perda de alguém, só que o que era a defesa de uma teoria, passou a ser uma verdade absoluta. Somos passageiros. Vivi o amor plenamente em cada fibra do meu corpo, senti profundamente o que é ter a alma compreendida e respeitada. Sentir a falta de uma pessoa que se ama muito diante de uma separação física é de uma dor inexplicável, é inefável e instigante, é um vazio do silêncio na imobilidade do seu corpo que parece que morre também. De certa forma também morri, também perdi uma energia que caminhava numa fusão comigo nesta dimensão. Um amor que não precisava de palavras, que era confiança e admiração num puro êxtase. Mas esse amor está aqui em cada respiração minha que tenta retomar o reencantamento de viver e ser amor.Por que é assim que me sinto imantada de amor, exalando amor na certeza de que a alma nunca morre e que "o amor há de brilhar eternamente." Seguirei caminhando em forma de agradecimento por que fui profundamente amada. De todas as experiências que escrevi neste blog, esta é a experiência mais profunda que já vivi. O mergulho no mistério do amor, da vida e da morte. Tenho certeza que não existe morte e sim dimensões diferentes, portanto continuamos ligados pelo fio do amor, e continuaremos juntos tecendo o fio da vida. Eu vi um documentário recentemente sobre uma mulher que também se chamava Maria,ela estava se recuperando de um câncer, e sua família pra homenageá-la, fizeram uma festa com o objetivo de realizar o casamento de Maria com a vida. Foi sublime ver a emoção daquela mulher, falando emocionada que tinha acordado com uma frase em sua mente que era " eu amaria", e surgiu uma epifania galopante em sua maneira de ver o verbo amar ser conjugado no futuro do pretérito, e daquele momento em diante, ela se conjugaria, no passado, no presente e no futuro, por que ela se permitiu abrir os seus baús, e que seria amor em todos os tempos. Eu amava, eu amei,eu amara,eu amarei,eu amaria.

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