Caminhei comigo sentindo cada passo, olhei minhas pernas sendo conduzidas por minhas forças. Eu vi minhas raízes brotando do chão. Só dependo delas para caminhar na vida e acertar o passo em direção a mim mesma. Esta semana numa aula de biodança fui recebida pelos meus amigos cantando meu nome, fui embalada pelo meu nome e cada fibra do meu corpo vibrou de contentamento por estar ali diante deles sendo reverenciada em cada toque, em cada olhar, apagando todo o meu passado de nãos. Falei meu nome no meio da roda. Segunda Neusa Ribacionka facilitadora de Biodança, o nome é a vida respirando dentro de nós, é a nossa identidade, nossa força. E fazer uma experiência de gravar o nome no corpo, como se estivesse esculpindo uma obra de arte é o caminho para se reeditar, deixando o passado de desqualificação e negação do corpo para trás. Senti todas as partes do meu corpo fazendo parte do balé vivo da sincronia das formas que sou eu.Minha identidade revelada, sou eu mesma quando sinto meu corpo e me revelo sem medo. Eu quero me revelar cada vez mais e pagar o preço por ser quem sou. Só faz sentido viver se for com a total responsabilidade de despudor de me seduzir e me ganhar. Quando posso dançar e experimentar este sentimento de totalidade, imagino o que deve ser caminhar na vida cotidiana sem ser contida por nenhuma força. O que descrevo como corpo orgânico, é a relação construída de viver e está associado a sentir no corpo a vida.
Uma mente integrada com o corpo e a mente, consegue sair dos automotivos movimentos de mecanização e congelamento das emoções.Ter um corpo vivo e integrado ao todo, exige trabalho interno e externo. Não estou me referindo a malhar, que é importante,mas toda uma postura de buscar a leitura do mundo interno. Está comprovado que nosso corpo adoece quando somatiza emoções, tem memória. No entanto tudo isso ainda é um tabu.
O que um corpo orgânico? É quando o corpo está integrado ao mundo e às suas sensações,cria experiência ou vivência, entra em outro espaço do tempo.Chega a desfrutar o Numinoso. O corpo orgânico é o todo integrado, que é unidade. Esta organização interna só acontece quando começamos a vivenciar no corpo. Quando a atividade corporal é traduzida em auto-conhecimento e sabedoria sobre nós.Para Espinosa, o mundo, ou a natureza, é constituído de um todo infinitamente complexo onde, em cada criatura, ou coisa, se expressa um certo grau de força, uma força que estar em constante interação com todas as outras forças circundantes. É um todo onde tudo é um, mas ao mesmo tempo infinitamente diferenciados, em perpétuo movimento, nas relações constantes de composição e decomposição. É também um mundo onde não há modelos morais ou tons acima, mas a questão é um pouco sobre como e de que forma, as diferentes forças interagem uma com as outras, como se fortalecem ou enfraquecem uma a outra, como elas parecem criativas ou destrutivas. A interação entre as forças é o que está no centro: em outras palavras, tudo se resume à questão de como as forças – Nós todos, os seres humanos e tudo o mais combinado: como nós afetamos uns aos outros, constantemente, de forma consciente, inconsciente, intencionalmente, ou sem querer e, nesse afeto, conjuntamente e constantemente a existência assume ou vem a tomar novas formas, cria identidades, eleva-se a novas constelações.
Não se preocupe em colar uma técnica no corpo para poder dançar, você só faz a diferença quando encontra a sua linguagem secreta. E assim, você começa a se comunicar, se conectar.Tudo pode ser dança.
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