






Esta série de fotos com esta sequência coreográfica foi realizada num mirante. Diante da natureza, sem filtros,
uma amiga que não é fotógrafa profissional, Marilda Castro. Ela pegou o celular e me fotografou, sem música diante do olhar sublime da natureza. Depois de costurar muitas coisas dentro de mim, só me restava dançar o silêncio. Ultimamente minha arte está ávida por chegar a todos que querem sentir minha dança. Estou dançando em asilos, congressos de ongs, espaços alternativos e todos os espaços que possam ser coloridos de vida e movimento. No próximo sábado dançarei para as idosas de uma comunidade carente aqui de Brasília. Neste espaço eu danço e depois coloco todo mundo para dançar comigo. Vejo os olhos destas mulheres maltratadas pelo tempo e o brilho no olhar delas em reconhecimento pela troca, por aqueles momentos de prazer. Onde o cotidiano fica poético e a vida menos amarga. Fico comovida sempre que chego a este espaço onde sou recebida com tanto carinho, eu que nem sou grande coisa e me sinto útil, fazendo alguma coisa. Acho a ação mais importante do que ficar atrás de um computador me lamentando o tratamento complexo destinado à cultura no nosso país. Ontem uma amiga que chegou da Austrália me disse que se seu morasse na Austrália seria rica. Em contrapartida ela também me disse que é um país seco, sem caos, sem sentimento à flor da pele. E a vontade de ficar foi maior, porque preciso de calor humano. Eu sei que não devemos generalizar nada, estou falando das impressões dela. O sonho de todo artista é sobreviver de sua arte, no entanto estou aqui me escrevendo em festivais e começando do zero a cada projeto. A diferença é saber que faço questão de estar no mundo dentro da minha verdade. Sabendo que mesmo no silêncio meu corpo dança, mesmo nos lugares mais inusitados minha alma está acesa.
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