V FESTIVAL DE DANÇA SOLIDÁRIA BRASÍLIA

Comecei a dar aulas de dança, com enfoque em técnicas baseadas no estilo de dança Bharatanatyam, com o objetivo de aprimorar o meu treinamento pessoal e abrir espaço para intercâmbio, e ampliar as fronteiras de possibilidades e o cuidado e bem estar do corpo. Fui percebendo que o grupo que tinha maior interesse nesta forma de arte era feito de mulheres mais experientes e que passavam da faixa dos 40 anos. Neste universo de técnicas,fui incorporando as aulas, meditação,teatro, e técnicas de diversas culturas, criando assim uma dança para o corpo,a alma e o espírito Em 2007 conheci um grupo fantástico de mulheres, todas acima dos 50 anos, que queriam com toda a força e paixão aprofundar as técnicas desta arte milenar. Com o tempo fui me envolvendo com o universo destas mulheres e as suas batalhas, para ultrapassar o peso da idade e tudo o que envolve envelhecer.A minha surpresa foi grande ao perceber que todas escolheram o caminho do prazer através da dança.Eu que queria ensinar aprendi muito. Eu era tratada como uma uma mestra,com todo sentido que esta função tem, eu me sentia homenageada todos os dias, cada palavra minha, cada gesto ensinado era recebido com reverência. Em 2010 por sugestão de uma aluna Helena Muniz pensamos no espetáculo de dança Solidária de Brasília, com o objetivo de unir arte, solidariedade. e agradecer as nossas vidas. Em 2010 aconteceu a nossa primeira edição do Espetáculo de dança solidária de Brasília. O objetivo é unir arte e solidariedade, a dança como um elo que nos confirma todos os dia que beleza,amor, compaixão não tem idade, nem limite. Realizamos a primeira edição, foi um sucesso de público e de arrecadação de alimentos. O terceiro espetáculo de dança solidária Brasília chega com novidades! Novas companhias e parceiros para melhorar e crescer sempre. Chegamos à nossa quinta Edição, realizada no Complexo cultural da República, e ampliamos o conceito do festival para fomentar ainda mais a diversidade e inclusão através da dança, característica do festival. Apresentaram companhias profissionais, grupos com portadores de necessidades especiais, além dos grupos pertencentes à melhor idade. Foi movimento muito especial, todos os participantes dançaram sem cobrar cachê, e os profissionais envolvidos no projeto, trabalharam voluntariamente. Estas pequenas ações, que têm o poder de promover encontro, beleza e confiança no ser humano, celebrando as diferenças. Eu trabalho o ano inteiro nesse festival com a minha sócia Maria Helena e não ganhamos dinheiro para realizá-lo. O prazer de ser dança por alguns momentos é incalculável. Ser dança, porque é preciso muita paixão para realizar cultura, num mundo tão carente de lirismo e doçura. Precisamos de ações que qualifiquem o ser humano. É a única maneira de amenizar a sensação de não pertencimento que contamina o mundo.Pessoas que não encontram a identidade e têm uma sensação de isolamento e invisibilidade. A dança, só falando de algo que conheço, nos devolve a vontade de fazer parte do todo.

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