Teatro Kabuki
25 junho, 2008 por Nishikigoi
  O Kabuki é a tradicional forma de teatro japonesa que se originou no  período Edo, no começo do séc. XVII. A palavra “Kabuki” é resultado da  junção de 3 ideogramas chineses; “ka”, “bu” e “ki”, que significam  respectivamente: cantar, dançar e representar. Foi criado por Okuni, uma  dançarina de grande talento.
Inicialmente, o Kabuki era uma espécie de drama leve, em que os  principais personagens eram cantores e dançarinas. Eles eram  acompanhados por instrumentos tradicionais japoneses, tais quais o  shakuhachi (flauta de bambu japonesa, de aproximadamente 55 cm), o  shamisen e a biwa (instrumentos de cordas).  Essa forma de teatro era cultivada principalmente pelos mercadores da  época. Eles expressavam seus ideais nas peças; faziam críticas à  sociedade, ao governo e à fatos históricos, através de sátiras, ironias e  dramas. Assim, o tema principal do Kabuki era a insatisfação dos  mercadores com a classe samurai e o sistema feudal, pois a classe  mercantil já gozava de alto poder econômico mas ainda tinha que baixar a  cabeça aos seus superiores. Além disso, também era tema do Kabuki o  dia-a-dia da classe plebéia.
Entretanto, o que mais atraía o público da época (artesãos, camponeses,  mercadores, povo da cidade, etc) eram as atrizes. Através das danças  enfaticamente sensuais, o público do Kabuki comparecia a esses eventos  não mais pela atuação em si, e sim pela beleza dessas mulheres. Prova  disso é que muitas delas eram prostitutas.  Assim, temendo uma séria desmoralização do público, em 1.629 o governo  do xogunato Tokugawa proíbe oficialmente a participação de atrizes no  teatro Kabuki. Estabelecia-se então uma das características mais  tradicionais dessa forma de teatro, que é a atuação apenas de homens.  Como o povo já aceitava o Kabuki como forma de arte, os atores  masculinos imediatamente substituíram os papéis femininos. Isso gerou o  que ficou conhecido por “onnagata” que é a arte do ator de se travestir  de mulher e representar como uma atriz. Os “onnagata” são verdadeiros  especialistas em interpretar papéis femininos. Para isso usam de  artifícios como maquiagem, pó-de-arroz e batom, para que a sua atuação,  assim como a sua aparência, encontre o máximo de semelhança com uma  mulher de verdade.
Tendo  a proibição da atuação feminina durado cerca de 250 anos, e a arte da  “onnagata” já atingido quase a perfeição, a atuação de mulheres no  Kabuki acabou por perder o sentido. Por isso, ainda hoje os espetáculo  são apresentados só por homens, como reza a tradição.
Um característica marcante do teatro Kabuki, além da inexistência de  atrizes, é a grande beleza dos cenários. Assim como o cenário, a  maquilagem e as roupas das personagens contam com um fascinante e  extraordinário colorido; talvez o conjunto mais extravagante do mundo  encontrado em peças teatrais. Assim, mesmo que a história não seja muito  interessante, o espectador deleita-se com o arranjo das cores.  Logo que surgiu, o Kabuki expandiu-se assimilando características de  todas as formas teatrais que já existiam no Japão, tais quais o teatro  Nô, o Kiogen e, posteriormente, o Bunraku (teatro de marionetes).  Desses, o Kabuki extraiu técnicas e repertório para tornar-se, assim, a  forma de teatro mais popular do Japão, ainda nos dias de hoje.
No Japão feudal os atores do Kabuki, apesar de muito populares,  pertenciam a baixas classes sociais. Atualmente, porém, esse quadro  mudou: os artistas gozam de grande prestígio social. Durante as  apresentações de Kabuki é comum fãs fanáticos aplaudirem  entusiasticamente seus atores preferidos no momento em que eles entram  no palco, durante curtas pausas apropriadas para isso. O Kabuki se  firmou como forma de arte cristalizada: mesmo tratando dos temas que  tratava há quase 400 anos atrás, continua lotando platéias em todo o  Japão.
Fonte: O Samurai
minha professora pediu um trasbasslho e essa foi minha principal fonte de pesquisa. de luiz gouveia dos santos junior
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