A PURA VERDADE

Assisti ao ao filme "A pura verade" a direção é do Kenneth Branagh, que faz o William Shakespeare no filme. Só posso dizer que é poesia infinita. Então, no dia 29 de junho de 1613, o The Globe, o primeiro teatro feito por atores para atores, incendiou durante uma performance de Henrique VIII. Um canhão de luz pegou fogo, inflamando as vigas de madeira. De acordo com os poucos documentos existentes, ninguém ficou ferido, exceto um homem que perdeu as calças, tendo sido apagadas com cerveja por seus amigos. Era o que estava à mão. As peças teatrais, naquela época, recebiam um povo ruidoso e festivo, que vibrava com as cenas, vaiava os vilões e assobiava, desejando ou não as seduções . Não havia estatuto que impedisse o uso do álcool.Shakespeare decide parar de escrever peças, e volta para a sua cidade de origem, e volta para suas raízes, sua família, lidando com as relações com a esposa e as filhas e a morte do filho. Não sei onde começa a licença poética, mas ele decide lidar com decisão de parar de escrever e o luto do filho, começando a cultivar seu próprio jardim. Na medida em que cultiva seu próprio jardim, ele vai lidando com a perda do filho, e a difícil falta de imaginação do cotidiano, e ele planta flores em cada lágrima, em cada instante ruim, uma flor de poesia, numa época onde a peste era uma realidade constante e matava muita gente e ninguém sabia se teria filhos ou netos, era uma sociedade que tinha muito medo, e faltar à missa era punição com multa. Neste mundo de sombras em que ele viveu, ele era luz e me fez perceber o quanto a imaginação dele foi fundamental para colorir hoje nossos jardins e reinventar a força da geografia da nossa alma. Acredito que é pura verdade,que ele soube se cultivar e assim ,pôde chegar profundamente na natureza humana. Bebo desta fonte, cultivo o meu jardim também.Tem uma frase dele linda " “A sabedoria e a ignorância se transmitem como doenças; daí a necessidade de se saber escolher as companhias.” Acabei de rever A pura verade, na Amazon prime.