" A CONSEQUÊNCIA DO DESTINO É AMAR"

O meu corpo comprimido,fechado e com os punhos fechados, a cabeça encostada no chão. Dancei no solo, plano baixo. Dancei a opressão e deixei o meu corpo falar. Os movimentos bruscos brigavam com o chão, com transferências de peso.Meu corpo acessou memórias desconhecidas e num certo momento meu corpo entrou numa vivência muito profunda, me trancando no porão. O corpo é um mistério. A emoção explodiu dentro do corpo, era como se toda a minha musculatura estivesse querendo sair,ampliar. Angustiada por dentro e morta por fora, o corpo se negava a voar. Tenho muitas camadas. Precisei caminhar por minhas retas, curvas, transcender o concreto armado, e me encontrar na assimetria diante do espaço vazio e da aridez do deserto que é algum espaço meu ainda inefável, inominável. Sair da "secura" do "Ser" e penetrar na poesia das árvores e do céu de minha Brasília. Coloquei meu corpo à disposição da grande experiência de dançar opressão, para merecer liberdade. Dancei num segundo momento alegria, força e sensações de brilho e trancendência. Muita coisa acendeu dentro de mim, cheguei e dancei com Deus. No final da dança eu encontrei o olhar de quem me assistia, atônitos, maravilhados com as imensas possibilidades de renascimento em vida. Amigos estudantes das lições do nosso grande mestre, o nosso corpo. Dançar nos palcos da vida e dançar a minha vida, me salvaram da morte. A vida! Seus ciclos, repletos de amigos, família, flores , dores e sabores. Felicidade é estar vivo, inteiro e integrado ao grande mar de mistério que somos nós, os outros e o universo. Para mim isso é Deus, uma grande consciência cósmica, um acontecimento.

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