TRADIÇÃO E INOVAÇÃO

A relação que estabeleço entre a dança e as artes visuais está relacionada a minha relação com as danças orientais, principalmente a dança clássica Indiana. A minha primeira observação foi a relação simbiótica entre dança, teatro, religião, arquitetura e artes visuias. O teatro- dança clássico indiano desconhece esta fragmentação.Todas as manifestações podem acontecer simultaneamente. A dança é o principal elemento em cena e não a bailarina.Essa fusão de imagem e movimento conduz a espetáculos de beleza muito profunda e impactante para quem vê, independente de se entender os simbolos e signos narrados .A atmosfera onírica e surreal eleva a platéia a uma energia extra-cotidiana e atemporal. Eu mergulhei em vários aspectos dessa profundidade porque quero em cena ser presente, ser mágica, penetrar no universo do outro que me vê, como se tivesse um espelho dentro de mim. . No entanto no momento em que estou em busca de novos paradgmas e novas técnicas corporaes me pergunto onde estão os nossos símbolos mais divinos? Não quero uma arte que visa apenas o entretenimento.Eu entendo que precisamos da tradição, de voltar ao passado e aprender com ele.Voltar no tempo e entender porque a nossa espécie necessita de ritos e do divino, mesmo quando negamos.Quando afirmo que a minha dança não é religião e ao mesmo tempo é um canal de expressão do minha espiritualidade, estabeleço a ponte entre tradição e inovação com mestres do passado e do presente e estudando o corpo. eu sei que não é um fim é um meio. Continuando a escrever sobre o poder da imagem carl G, Jung ( 1875-1961), psiquiatra e psicoterapeuta Suiço afirmava que a força do arquétipo reside na relação entre imagem e emoção, e que a imagem sozinha equivale a uma descrição de pouca importância., mas quando a imagem é carregada de emoção esta ganha numinosidade( energia psíquica). A arte funciona como um caminho de encontro do humano e nos revela o "espírito do tempo".

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