INVENTÁRIO DA ALMA

Hoje fui a uma multissão de Tethariling, não sei se existe esta palavra.por que nunca ouvi falar, acho que inventei, ou existe em outro lugar. o fato é que eu pensei que seria uma sessão destas tradicionais meditativas e sérias. E do outro lado Ela, Rosana seu nome,uma mulher muito marcante de olhos reveladores, se preparando para receber uma mulher de luto. Foi uma experiência arrebatadora, por que todos os meus fantasmas e sombras vieram participar deste encontro que mais parecia uma festa do que um velório.Vi minha alma sendo convidada a experenciar vários oráculos e cada um ia destilando uma porção de mim mesma, com o que eu tinha de melhor e pior , tudo ao mesmo tempo. Eram tantas descobertas, tantas sombras saindo de espaços meus que se revelavam diante de nossa presença que fui percebendo minha autenticidade e tudo que eu estava negando para não viver a dança em mim. Sei que sou uma dançarina e quem me ver dançando se encanta, mas minha alma precisava de mais, precisava de acertar as contas com o meu passado e com os meus ancestrais, precisava aceitar minha rebeldia, acolher quem não me entendi e ser eu mesma com toda a força e com todo o grito que quiser sair dos meus pulmões. E desta forma,fomos rindo e fui até comparada à viúva alegre de tanto que dávamos gargalhadas. Em pleno domingo do dia das mães, nós escolhemos viver e gravar no universo como é leve ser verdadeiro e autêntico. Fiquei muito comovida de encontrar uma pessoa tão original e que me ajudou a parir a mim mesma na aceitação da minha originalidade, e do quanto é maravilhoso sermos nós mesmas com toda a força. No final da sessão eu estava tão vestida de mim mesma que parecia que estava vestida com o meu figurino de dança e tudo fazia sentido, a vida, a morte, o amor, desde que eu esteja inteira e disponível tudo está certo e eu recebo.Aproveito para agradecer a todos os mestres que não me deixaram parar de dançar e ao meu dom. Eu reverencio neste momento tudo no meu corpo que move e se transforma em dança.

Comentários