QUE O CORAÇÃO NÃO SE OCULTE

George Orwell, romancista,ensaista e jornalista ( 1903-1950), no seu livro 1984, escreveu sobre "a polícia do pensamento", uma história sobre o nefasto totalitarismo e o controle do indivíduo.O Big Brother da ficção,foi superado pelo grande irmão da realidade.Achei interessante o que ele denominou como duplipensamento, uma palavra definida como a capacidade de manter idéias opostas simultaneamente, ou a capacidade de abrigar ao mesmo tempo na cabeça duas crenças contraditórias. Faço uma analogia em relação ao pensamento da filósofa Viviane Mosé que nos fala do pensamento em duplas, segundo ela,a sociedade ainda acredita que precisa defender uma crença, idéia ou criticá-la, esquecendo que precisamos ver muitas coisas como realidade. Simbolizar é descobrir outros sentidos,ir além do conhecido, atravessar fronteiras, é fazer ligações, unir fragmentos,expandir personalidades. Há nesta dinâmica um convite a um curioso escutar e ver as coisas de modo diferente. Não de explicá-las, ou mesmo compreendê-las, mas de não negar o desconhecido e, talvez, surpreender-se com o que parece. talvez o germe da criação.. Nosso modelo de pensamento nasce com Sócrates e Platão. No pensamento pré-socrático a arte intermediava as relações, a idéia de verdade absoluta não era clara, a vida era vista como transformação constante, tudo muda o tempo todo, nada é fixo.A vida com cheiros, sabores, corpo e arte.Precisamos resgatar a afirmação da vida. Da tradição hindu aprendemos que a dança é uma forma de ancestral de magia . Através dela o dançarino , se transforma, expande-se, chega à vivência do divino. Shiva Nataraja, é o senhor da dança, aquele que personifica e manifesta a força e os poderes de dissolução, evolução e preservação do universo. É o dançarino cósmico que, no seu girar incessantente, faz mover a energia eterna:criação-expansão, destruição e criação.

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