ILUMINAÇÃO DO ESPETÁCULO DE DANÇA



Iluminação do espetáculo de dança.

Introdução
Este é um estudo relativo à iluminação cênica no espetáculo de dança em palcos italianos que analisa a função estética e expressiva da luz a partir de cinco instrumentos convencionais de iluminação: Par, Fresnel, Plano-convexo, Elipsoidal e Ciclorama.

Entre as justificativas desta pesquisa inscreve-se a carência de material e informação bibliográfica nacional referente à iluminação para dança. Importa sobremaneira o fato de ser a luz um elemento fundamental na composição coreográfica, em especial nos espetáculos em Palcos Italianos (mais conhecidos como “caixa-preta”), o que faz necessário seu domínio enquanto ferramenta para ampliar as possibilidades de criação.

Desta forma, não incluímos em nosso estudo, as possibilidades de trabalho em espaços alternativos que demandariam outro tipo de iluminação, como luz natural, velas, lanternas, candeeiros e outros instrumentos não elétricos, dependendo da estrutura física e da intenção coreográfica.

Já no começo do século XVI, o teatro começou a se fechar em salas e em espaços que exigiam um tipo de iluminação artificial para compensar a ausência da luz solar. Portanto, era necessário um artifício que clareasse o palco e tornasse os artistas e objetos cênicos visíveis. Como a luz elétrica só seria inventada no final do século XIX, eram usados outros instrumentos de iluminação: primeiro as velas, depois as lâmpadas a óleo e, a seguir, as lâmpadas a gás.

A invenção da lâmpada elétrica em 1879 por Thomas A. Edson (1847-1931) foi um importante marco na história da iluminação. A eletricidade trouxe a possibilidade de se conseguir diferentes tipos de luz em um mesmo espetáculo, mostrando sua plasticidade, eficiência e inúmeras possibilidades estéticas e expressivas.

Quanto às funções que a luz adquiriu ao longo da evolução científica com as novas invenções elétricas, temos como principais características:
  • A iluminação dos corpos, objetos e adereços cênicos (Função Estética da luz);
  • A alteração do visual e da dramaticidade da coreografia ou cena (Função Expressiva da luz).
Apesar da iluminação cênica no espetáculo de dança ainda ser pouco estudada pelos profissionais da área, ela é uma poderosa ferramenta de criação e composição, podendo auxiliar e complementar os movimentos corporais (coreografia), as cenas e o próprio tema de criação, transformando e integrando o trabalho de dança, com novas possibilidades estéticas, visuais e emocionais.

Assim como:
  • os figurinos;
  • os cenários;
  • a trilha sonora;
  • os objetos cênicos;
  • e os adereços.
A luz é mais um componente de criação e composição que auxilia e intensifica a proposta do espetáculo. A mudança dos padrões luminosos altera estes elementos e sem a sua presença, eles não podem ser vistos, portanto, sentidos esteticamente.

História da iluminação na dança
Com o advento da luz elétrica, outras formas de criação e concepção do espetáculo de dança se tornaram possíveis. Hoje existem equipamentos muito sofisticados, como os “Moving lights” que possuem controle digital e tanto podem projetar uma iluminação suave (soft ou wash) como focos definidos, projeções de gobos (lâminas vasadas de duralumínio ou vidro para projeção de imagens) e luzes estroboscópicas.

Atualmente, no Brasil, o Grupo Corpo pode ser exemplo de uma companhia de dança que trabalha a relação direta entre o corpo (movimento) e a luz.


O iluminador e diretor geral do grupo, Paulo Pederneiras, tem como matéria prima para o trabalho das coreografias:
  • Luminância (capacidade física que um objeto tem de receber e refletir a luz);
  • Organicidade, ou seja, luz e corpo.
Para tanto, ele utiliza diferentes equipamentos de iluminação e possibilidades de criação.

Importância da iluminação no espetáculo de dança: função estética e expressiva da luz.
A luz possui uma função estética no espetáculo de dança: iluminar os corpos, objetos e adereços cênicos. Ela revela sua plasticidade ao iluminar um bailarino ou objeto, acentuando, transformando ou escondendo a sua configuração, materialidade, textura, tamanho, cor, volume, contorno, peso, brilho.

A cena a ser iluminada pode ser reinventada pela luz, como se estivesse sendo vista pela primeira vez. A iluminação altera o visual e a expressão, segundo o contexto emocional do espetáculo, podendo transformar o sentido das cenas e figuras. Pode transformar o palco, deixando de ser somente um iluminante passivo que se limita a imitar um tipo de fonte ou reflexo de luz, para limitar ou ampliar uma área, aproximar ou distanciar figuras em relação ao público, transformar o clima, estabelecer cortes rápidos, revelar contorno, altura e profundidade do que se ilumina, e outros (CAMARGO, 2000).

Palco italiano
O Teatro de tipo Italiano, também chamado de “caixa preta”, consiste em um espaço retangular fechado nos três lados, com uma quarta parede frontal, a boca de cena, visível ao público. Seus tipos são: retangular, semicircular, ferradura ou misto.

Estes teatros são os mais comuns e os mais utilizados em espetáculos de dança atualmente e, devido ao caráter fechado, necessita da utilização de iluminação artificial, principalmente do tipo elétrica, para suprir a ausência da luz natural do sol (TORMANN, 2006b).

Equipamentos
Os principais equipamentos de iluminação cênica utilizados em Teatros do tipo Italiano são:
  • fresnel, plano-convexo, par, elipsoidal e ciclorama.
Cada um destes equipamentos possui diferentes tipos de projeção de luz, tais como:
  • iluminação de alta intensidade com bordas suaves;
  • iluminação de alta intensidade com bordas acentuadas;
  • efeitos de cor e diferentes tamanhos de foco;
  • foco concentrado com bordas acentuadas;
  • e iluminação uniforme.
Em comparação a outros equipamentos de iluminação disponíveis no mercado, estes cinco escolhidos são de fácil acesso devido ao seu custo e produção fabril.

Deixo aqui também uma dica para quem quiser realizar um curso:

Comentários